Discípulo da palavra
Vivo como discípulo de um poeta, sem medo ou orgulho, do que ouso chamar de arte.
Talvez, para os amantes da literatura, seja mais um amontoado de palavras, sem sentido e valor.
Entretanto, há uma tentativa de libertar, aquele que tanto grita dentro de mim, acordando-me nas noites, com palavras, que ainda não compreendo.
Durante os dias, palavras aromatizadas chegam aos meus ouvidos. Algumas vezes, tento resistir, mas sou dominado rapidamente.
Porque como dizia, Clarice Lispector, “gosto tanto daquilo que não entendo, sinto uma vertigem doce e abismal”.
Não sou eu tentando viver para escrever, porém, é alguém desesperado, que escreve para permanecer vivo.
É o sistema lutando para vencer um vírus, que não me deixa obedecê-lo.
Contudo, escrevo palavras, tortas, frias, insossa, mas a cada dia, dou um passo para minha Liberdade.